Cearense de Orós, aos 5 anos
ganhou um concurso infantil na rádio local. Na adolescência formou grupos
musicais vocais e instrumentais e começou a compor suas próprias músicas.
Venceu em 1968 o IV Festival
de Música Popular do Ceará com a música "Nada Sou", parceria sua e de
Marcus Francisco. Tornou-se popular no estado e juntou-se a outros compositores
cearenses como Belchior, Rodger Rogério, Ednardo e Ricardo Bezerra.
Mudou-se para Brasília em
1971, classificando-se em primeiro lugar no Festival de Música Popular do
Centro de Estudos Universitários de Brasília com "Mucuripe" (com
Belchior). Ainda em 71 foi para o Rio de Janeiro, onde Elis Regina gravou
"Mucuripe", que se tornou o primeiro sucesso de Fagner como
compositor e também como cantor, pois gravou a mesma música em um compacto da
série Disco de Bolso, que tinha, do outro lado, Caetano Veloso interpretando
"Asa Branca".
O primeiro LP, "Manera,
Fru-fru, Manera", veio em 1973 pela Philips, incluindo
"Canteiros", um de seus maiores sucessos, música sobre poesia de
Cecília Meireles. Mais tarde fez a trilha sonora do filme "Joana, a
Francesa", que o levou à França, onde teve aulas de violão flamenco e
canto.
De volta ao Brasil, lança
outros LPs na segunda metade dos anos 70, combinando um repertório romântico a
partir de "Raimundo Fagner", de 1976, com a linha nordestina de seu
trabalho. Ao mesmo tempo grava músicas de sambistas, como "Sinal
Fechado", de Paulinho da Viola.
Outros trabalhos, como
"Orós", disco que teve arranjos e direção musical de Hermeto Pascoal,
demonstram uma atitude mais vanguardista e menos preocupada com o sucesso
comercial.
Nas décadas de 80 e 90 seus
discos se dividem entre o romântico e o nordestino, incluindo canções em
trilhas de novelas e tornando Fagner um cantor conhecido em todo o país,
intérprete e compositor de enormes sucessos, como "Ave Noturna" (com
Cacá Diegues), "Astro Vagabundo" (com Fausto Lindo), "Última
Mentira" (com Capinam), "Asa Partida" (com Abel Silva),
"Corda de Aço" (com Clodô), "Cavalo Ferro" (com Ricardo
Bezerra), "Fracassos", "Revelação" (Clodô/ Clésio)
"Pensamento", "Guerreiro Menino" (Gonzaguinha),
"Deslizes" (Sullivan/ Massadas) e "Borbulhas de Amor".
Foi um conjunto brasileiro de rock e pop dos 60 e
70, formada em São Paulo pelos músicos: Domingos Orlando, o “Mingo”; Waldemar
Mozena, o “Risonho”; Antônio Rosas Seixas, o “Manito”; Luiz Franco Thomaz, o
“Netinho” e Demerval Teixeira Rodrigues, o “Neno” que posteriormente em 1965
foi substituído por Lívio Benvenuti Júnior, “Nenê”.
Inicialmente, a banda chamava-se The Clevers e,
em seus shows, tocavam principalmente twist (ritmo que teve origem no rock and
roll e jazz. A dança se expandiu dos EUA foi para outros países, inclusive o
Brasil. Este gênero musical foi grande moda no início da década de 60.
Em 1965, o grupo alterou o nome após romper com o
empresário Antonio Aguilar, que era o dono da marca The Clevers com a mudança
do nome do grupo passou a se chamar “Os Incríveis”. Mas o sucesso nacional só
veio durante o período da Jovem Guarda em 1968 logo que gravariam as canções,
"Era um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones; O
Milionário; "O Vagamundo", Israel e Eu Te Amo, Meu Brasil, sendo esta
última uma canção de exaltação ufanista da pátria brasileira, muito utilizada
durante o governo militar do general Médici.
Em 1973, o Netinho dos Incríveis, formaria outra
Banda “Casa das Máquinas” que passaria a fazer shows de rock por todo Brasil,
chegando a gravar quatro discos (LP) 1974 – Casa das Máquinas – 1975 – Lar de
Maravilhas – 1976 – Casa do Rock – 1978 – Ao Vivo em Santos.
Outro integrante do grupo Os Incríveis que
deixaria a banda era, o Manito (Tecladista e Saxofonista), que passaria a
formar o grupo de rock progressivo, "Som Nosso de Cada Dia". Mas
ambos não foram muito longe com seus projetos. Em dezembro de 2003 a banda
retomou para fazer uma única apresentação na cidade de Matão, interior de São
Paulo, e a resposta do público foi melhor que a banda esperava. Então Os
Incríveis voltariam a se reunir em 2005 e 2007 fazendo shows em algumas
ocasiões especiais.
O retorno concretizou-se somente no final de
2007, para preparar um novo álbum lançado em 2008 para comemorar 30 anos de
carreira. Além de canções inéditas dando sequência à carreira, fizeram também
algumas regravações com novos arranjos.
MÚSICOS VIVOS E FALECIDOS:
· Domingos
Orlando, apelidado de Mingo (Voz e Guitarra).
Faleceu
em 15 de junho de 1995, aos 52 anos.
·
Waldemar Mozema, apelidado de Risonho (Guitarra).
·
Antônio Rosas Seixas, apelidado de Manito (Teclados, Vocal e Sax)
Faleceu
em 9 de setembro de 2011, aos 68 anos.
· Luiz
Franco Thomaz, apelidado de Netinho (Bateria).
·
Demerval Teixeira Rodrigues, a pelidado de Neno (Baixo). Substituído
por Lívio Benvenuti Júnior, apelidado de
Nenê (Baixo). Faleceu em 30 de janeiro de 2013, aos 65 anos.
Grupo formado no início dos anos
60 pelos irmãos Renato, Edson e Paulo Cesar, jovens moradores do bairro da
Piedade, no Rio de Janeiro, com o nome Bacaninhas do Rock da Piedade. O
primeiro nome foi censurado e o radialista Jair de Taumaturgo sugeriu o nome
definitivo, inspirado no conjunto norte-americano Gene Vincent And His Blue
Caps. Tocaram no rádio e em programas de televisão, como Os Brotos Comandam, da
TV Rio, apresentado por Carlos Imperial. Gravaram o primeiro compacto em 1962 e
se notabilizaram principalmente pelas versões que faziam de músicas americanas,
como "Menina Linda", versão de "I Should Have Known
Better", "Até o Fim", versão de You Won't See Me" (ambas de
Lennon/ McCartney) e "Escândalo", versão de "Shame And Scandal
In The Family" (Donaldson/ Brown). Já em 1963 Edson saiu do grupo e
iniciou carreira solo com o nome Ed Wilson. Foi substituído por Erasmo Carlos,
que teve uma participação breve no grupo.
Tornaram-se um sucesso se
apresentando no programa Jovem Guarda, em shows, festas e bailes. Renato teve
composições gravadas por outros artistas, como Roberto Carlos e Leno e Lilian.
O grupo era formado por Renato Barros, voz; Erasmo Carlos, substituto de Edson
Barros, voz; Carlinhos, guitarra; Tony e mais tarde Gelson, bateria; Paulo
César Barros, baixo; e Cid, saxofone
The Fevers era uma banda
brasileira de rock e pop formada no Rio de Janeiro em 1964 e associada ao
movimento da Jovem Guarda. Fez muito sucesso na segunda metade da década de
1960 e início da década de 1970, vindo se consagrar nos anos 1980 com as
aberturas das novelas (Elas por Elas e Guerra dos Sexos, da Rede Globo). O
grupo continua em plena atividade até os dias de hoje.
Histórico
Criada em 1964, a banda
originalmente se chamava The Fenders e seus membros originais eram Almir
(vocais), Liebert (contrabaixo), Lécio do Nascimento (bateria), Pedrinho
(guitarra), Cleudir (teclados) e Jimmy Cruise (vocais). Em 1965, Jimmy saiu do
grupo e os membros remanescentes decidiram mudar o nome para The Fevers, foi
quando entraram mais dois componentes, Miguel Plopschi em 1968 e Luiz Claudio
em 1969.
Gravaram seus primeiros discos em
1965 e 1966 pela Philips, os compactos Vamos dançar o letkiss (versão de
Letkiss), Wooly Bully (de Domingo Samudio, em versão) e Não vivo na solidão. Em
1966 apareceram no filme Na Onda do Iê-Iê-Iê.
Passando para a Odeon ainda em
1966, revelaram-se um dos mais importantes grupos vocais-instrumentais da Jovem
Guarda. Fizeram (muitas vezes sem créditos nos discos) o acompanhamento
instrumental de gravações de Eduardo Araújo (O bom), Deny e Dino (Coruja),
Erasmo Carlos (os LPs O Tremendão e Você me acende), Roberto Carlos (gravações
como Eu te darei o céu e Eu estou apaixonado por você), Golden Boys, Wilson
Simonal (faixas como Mamãe passou açúcar em mim), Trio Esperança (LP A festa do
Bolinha), Jorge Benjor (o LP O bidu/Silêncio no Brooklin) e o primeiro LP de
Paulo Sérgio.
O grupo foi eleito melhor
conjunto para bailes em 1968 e lançou um LP chamado Os Reis do Baile. No ano de
1968, entra na banda o saxofonista Miguel Plopschi, em 1969 o vocalista Luís
Cláudio entrou para a banda cantando os grandes sucessos em inglês; em 1975
entrou Augusto César, no ano seguinte Pedrinho sai da banda. Em 1979, com a
saída de Almir, a banda convidou Michael Sullivan que dividiu o vocal com
Augusto César.
Em 1982 a música Elas por Elas
(Augusto César e Nelson Motta) entrou na abertura da novela da TV Globo
colocando o grupo como um dos grandes vendedores de discos e de shows do país. Em
1983, outra abertura de novela: a música Guerra dos Sexos (Augusto César e
Cláudio Rabello) trouxe um público mais jovem a conhecer o trabalho do grupo. O
componente Miguel Plopschi se desliga da banda e assume a direção artistica da
gravadora BMG nessa época.
Em 1985, entra Miguel Ângelo como
tecladista da banda, Michael Sullivan sai no ano seguinte. Em 1988, Augusto
César grava um disco solo e convida o talentoso vocalista e guitarrista César
Lemos que permanece 3 anos no grupo. Em 1988, é a vez de Cleudir sair.
Na década de 1990, outra mudança
na banda: sai César Lemos e entra o guitarrista Rama. Por problemas de saúde,
sai o baterista Lécio e entra Darcy. Almir Bezerra retorna à banda depois de 12
anos. Em 1994, Darcy dá lugar ao baterista Otávio. Com essa formação, os Fevers
passam a década de 1990 sem fazer muito sucesso.
Em meados de 2000, Almir sai
novamente da banda e quem assume o vocal principal agora é Luis Claudio.
Secos & Molhados foi uma
banda brasileira, criada pelo compositor João Ricardo em 1971. Canções do
folclore português, como "O Vira", misturadas com a poesia de
Cassiano Ricardo, João Apolinário, Vinícius de Moraes e Fernando Pessoa, entre
outros, fizeram do grupo um dos maiores fenômenos musicais do Brasil.
Índice
A formação inicial do grupo era
composta por: João Ricardo (violão de doze cordas e gaita), Fred (bongô) e
Antônio Carlos, ou Pitoco, como é mais conhecido.
O som completamente diferente à
época, fez com que o Kurtisso Negro de propriedade de Peter Thomas, Oswaldo
Spiritus e Luiz Antonio Machado no bairro do Bixiga, em São Paulo, local onde o
grupo se apresentava, fosse visitado por muitas pessoas, interessadas em
conhecer o grupo. Entre os “curiosos” estava a cantora e compositora Luli, com
quem João Ricardo fez alguns dos maiores sucessos já gravados no Brasil
("O Vira" e "Fala").
Fred e Pitoco, em julho de 1971,
resolvem seguir carreira solo e João Ricardo sai à procura de um vocalista. Por
indicação de Luli, conhece Ney Matogrosso, que muda-se do Rio de Janeiro para
São Paulo. Depois de alguns meses, Gerson Conrad, vizinho de João Ricardo, é
incorporado ao grupo. O Secos & Molhados começa a ensaiar e depois de um
ano se apresenta no teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de
bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e Tédio".
No dia 23 de maio de 1973, o
grupo entra no estúdio "Prova" para gravar – em sessões de seis horas
ao dia, por quinze dias, em quatro canais – seu primeiro disco, que vendeu mais
de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco
tempo. Os Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenômenos da música
popular brasileira, batendo todos os recordes de vendagens de discos e público.
O disco era formado por treze canções que ao ver da crítica, parecem atuais até
os dias de hoje. As canções mais executadas foram "Sangue Latino",
"O Vira", e "Rosa de Hiroshima". O disco também destaca
inúmeras críticas a ditadura militar que estava implantada no Brasil, em
canções como o blues alternativo "Primavera nos Dentes" e o rock
progressivo "Assim Assado" – esta de forma mais explícita em versos
que personificam uma disputa entre socialismo e capitalismo. Até mesmo a capa
do disco foi eleita pela Folha de São Paulo como a melhor de todos os tempos de
discos brasileiros.
O sucesso do grupo atraiu a
atenção da mídia, que convidou-os para várias participações na televisão. As
mais relevantes foram os especiais do programa Fantástico, da Rede Globo.
Sempre apareciam com maquiagens inusitadas, roupas diferentes sendo uma das
primeiras e poucas bandas brasileiras a aderirem o glam rock.
Em fevereiro de 1974, fizeram um
concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no
Brasil - enquanto o estádio comportava 30 mil pessoas, outras 90 mil ficaram do
lado de fora. Também em 1974 o grupo sai em turnê internacional, que segundo
Ney Matogrosso, gerou oportunidades de criar uma carreira internacional sólida.
Em agosto do mesmo ano, é lançado
o segundo disco de estúdio da banda, que tinha em destaque "Flores
Astrais", único hit do disco. O lançamento do disco foi pouco antes do fim
da formação clássica da banda, que ocorreu por brigas internas entre os
membros. Talvez por este motivo o segundo álbum – que veio sem título, e com
uma capa preta – não tenha feito tanto sucesso comercial como o primeiro.
Após o fim do grupo Secos e
Molhados, os três membros seguiram em carreira solo. Ney Matogrosso lançou no
ano seguinte, em 1975, seu primeiro disco com o nome de "Água do
Céu-Pássaro" (recheado de experimentalismos musicais) e com o sucesso
"América do Sul". João Ricardo lançou também em 1975 seu disco
homônimo, mais conhecido por Pink Record. Gerson Conrad juntou-se a Zezé Motta
e lançou um disco também em 1975.
João Ricardo adquiriu os direitos
autorais sob o nome Secos e Molhados, após algumas brigas na justiça, e saiu a
procura de novos músicos para que a banda tivesse novas formações.
A primeira formação após o fim do
grupo em 1974 surgiu em maio de 1978, João Ricardo lança o terceiro disco dos
Secos e Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João
Ascensão. O terceiro disco foi lançado, e mais um sucesso do grupo – o que
seria o último de reconhecimento nacional, e único fora da formação original –
"Que Fim Levaram Todas as Flores?", uma das canções mais executada no
Brasil naquele ano, o que trouxe o novo grupo de João Ricardo às apresentações
televisivas.
No mês de Agosto de 1980, junto
com os irmãos Lempé – César e Roberto – o Secos & Molhados lança o quinto
disco, que não teve sucesso comercial. A quinta formação do grupo nasce no dia
30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em
São Paulo. Em maio de 1988 sai o álbum "A Volta do Gato Preto", que
foi o último da década. Simplesmente sozinho, em 1999, João Ricardo lança
"Teatro?" mostrando definitivamente a marca do criador dos Secos e
Molhados.
Clara Nunes, 12 de agosto de 1942
(Cedro da Cachoeira/MG) — 02 de abril de 1983 (Rio de Janeiro/RJ), é
considerada uma das maiores cantoras do Brasil.
Clara Francisca Gonçalves
Pinheiro nasceu em família humilde no interior de Minas Gerais, em Cedro da
Cachoeira, à época, distrito pertencente ao município de Paraopeba e depois
emancipado com o nome de Caetanópolis.
Trabalhava numa fábrica de
tecidos quando participou, em 1960, do concurso A Voz de Ouro ABC, vencendo a
etapa mineira e ficando em terceiro lugar na final, em São Paulo. Essa vitória
lhe abriu as portas da rádio e da TV na capital mineira. Neste período também
se apresentava nas casas noturnas de Belo Horizonte, onde viveu até 1965 quando
se mudou para a cidade do Rio de Janeiro.
Ainda em 1965 foi contratada pela
gravadora Odeon – onde permaneceu por toda sua carreira – e começou a gravar o
seu primeiro LP, lançado em 1966. Sob imposição da indústria começou como
cantora romântica cantando boleros e sambas-canções, e seu LP de estréia “A Voz
Adorável de Clara Nunes”, embora bem elaborado, resultou num grande fracasso
comercial, ficando esquecido, para satisfação de sua intérprete (como a própria
Clara chegou a dizer).
Gravou em 1968 o seu segundo LP
“Você Passa Eu Acho Graça”, cuja faixa-título, de Ataulfo Alves e Carlos
Imperial, se tornou o seu primeiro grande êxito radiofônico. Com o sucesso
deste disco a cantora se liberta do estilo indesejado e se aproxima do samba
que a consagraria na década seguinte.
Ganhou relevância no cenário
musical brasileiro em 1971 ao lançar o LP “Clara Nunes”, primeiro dos quatro
produzidos pelo radialista Adelzon Alves. A partir de então, assume estética
áudio-visual de cantora essencialmente brasileira, agrega outros ritmos
populares ao seu repertório e começa a fazer história, inclusive se destacando
como a primeira cantora a gravar sambas-enredo.
Em 1974 com o LP “Alvorecer”,
obteve grande sucesso com “Conto de Areia” (Romildo S. Bastos/Toninho
Nascimento), alcançou índices recordes de vendagem, chegando a quinhentas mil
cópias – feito nunca antes realizado por uma cantora no Brasil – e rompendo com
o tabu de que mulher não vendia discos. Seu sucesso estimulou outras gravadoras
a investir em novas cantoras de samba como Alcione e Beth Carvalho – com as
quais formou a tríade chamada “ABC do Samba” – e deu visibilidade às sambistas
veteranas, como Dona Ivone Lara e Clementina de Jesus. Os discos que se
seguiram a transformaram na maior intérprete de samba de todos os tempos.
Em 1975 casou-se com o poeta e
letrista Paulo César Pinheiro – de quem gravou diversas composições, se
consagrando uma de suas principais intérpretes – e lançou o LP “Claridade”
vendendo ainda mais que o anterior, e que hoje é considerado um dos álbuns mais
importantes da história do samba.
Clara Nunes tem em seu acervo
mais de dezoito discos de ouro. Seu LP mais vendido foi “Brasil Mestiço” de
1980, que ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias vendidas. Por ele, a
cantora foi premiada com o celebrado, e hoje extinto, Troféu Roquette Pinto.
Brilhou nos palcos em shows
inesquecíveis, entre outros: “Poeta, Moça e Violão” em 1973 com Toquinho e
Vinicius de Moraes; “Brasileiro Profissão Esperança”, segunda montagem em 1974,
com Paulo Gracindo e direção de Bibi Ferreira que novamente a dirigiu no show
“Clara Mestiça” em 1981. Em 1977 inaugurou no Rio de Janeiro o Teatro Clara
Nunes, de sua propriedade. Fato até então inédito para uma cantora brasileira.
Alguns de seus grandes sucessos:
Você Passa Eu Acho Graça, Ê Baiana, Misticismo da África ao Brasil, Ilu Ayê
(Terra da Vida), Tristeza Pé no Chão, Conto de Areia, Menino Deus, Macunaíma, O
Mar Serenou, A Deusa dos Orixás, Canto das Três Raças, Lama, As Forças da
Natureza, Coração Leviano, Guerreira, Na Linha do Mar, Feira de Mangaio, Morena
de Angola, Sem Companhia, Portela na Avenida, Nação, Serrinha, Ijexá (Filhos de
Gandhi), entre outros.
Morreu na Clínica São Vicente no
Rio de Janeiro, na madrugada do dia 02 de abril de 1983, aos 40 anos de idade,
depois de 28 dias em agonia. Internara-se para uma aparentemente simples
operação de varizes. Mas complicações resultaram no choque anafilático que a
levou a óbito. Para muitos, e durante muitos anos, isso foi atribuído a erro
médico.
Seu corpo foi velado na quadra da
Escola de Samba Portela – uma de suas paixões – e sepultado no Cemitério São
João Batista, em meio a muita emoção de fãs, artistas e parentes.
Sua morte, ainda hoje, é cercada
de algum mistério.
Sua obra foi editada em CD em
1997 e reeditada em 2004, permanecendo catalogada.
Sempre lembrada com muito
carinho, atualmente Clara Nunes é uma das quatro principais escolas a
influenciar novas vozes na cena musical brasileira.