UM POUCO DA HISTORIA DO CANTOR E
POETA RENATO RUSSO
Aos 13 anos, de volta à Brasília,
Renato estudava e levava uma vida típica dos adolescentes de classe média da
Capital Federal. Quando, entre os 15 e os 17 anos, enfrentou uma rara doença
óssea, a epifisiólise, que o deixou por um período entre a cama e a cadeira de
rodas. Já nesta época criava bandas e movimentos imaginários. Começou também a
compor letras e músicas compulsivamente em casa.
Em seguida formou a banda Aborto
Elétrico, em 1979. Em 82 abandonou o Aborto Elétrico e passou a fazer trabalhos
solos. Neste período ficou conhecido como "O Trovador Solitário".
A Legião Urbana surgiu quando
Renato se juntou a Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná (Hoje conhecido como Kadu
Lambach) e Paulo ‘Paulista’ Guimarães, ainda em 1982. Ico-Ouro Preto também
tocou guitarra em poucos shows do início da banda. No ano seguinte, Paulista e
Paraná deixam a formação original e Dado Villa-Lobos assume a guitarra.
Uma gravação demonstrativa
chegava às mãos de executivos da EMI-Odeon, no Rio de Janeiro. Nesta fase, a
banda contou com o importante apoio de Herbert Viana, do Paralamas do Sucesso,
que tinha sido contratada pela gravadora e já os conhecia e admirava. Assim, a
Legião Urbana foi contratada para lançar seu primeiro álbum, que foi produzido
em 1984 e lançado nos primeiros dias de 1985. Momentos antes dessa gravação, o
músico Renato Rocha, o “Negrete”, passa a integrar a banda como baixista, posto
antes ocupado por Renato Russo. A partir dali nasceriam discos marcantes e
grandes sucessos.
Em 1993 Renato iniciou a carreira
solo e lançou The Stonewall Celebration Concert (1994), disco de ‘militante’,
cujo nome é referência ao bar nova-iorquino onde, em 1969, gays se rebelaram
contra a ação política. O álbum ‘Stonewall’ também é uma homenagem ao seu
ex-namorado, então recém-falecido, Scott, e continha músicas de Madonna e Bob
Dylan, entre outros.
No ano seguinte lançou Equilíbrio
Distante (1995), interpretando canções italianas, cuja sonoridade (combinada à
sua descendência), Renato gostava muito. O disco apresenta sucessos como Strani
Amori, La Solitudine e La Forza Della Vita. Segundo o próprio Renato, o álbum
foi feito em homenagem à sua família.
Renato morreu em 1996 com apenas
36 anos por broncopneumopatia, septicemia e infecção urinária, conseqüências do
contágio pelo vírus HIV. Ele descobriu a doença em 1989, mas nunca assumiu
publicamente ser portador.
Em 1997 é lançado o disco póstumo
“O Último Solo”, com gravações inéditas que não entraram em seus CDs solo anteriores.
Em 2003, sete anos após a morte de Russo, a EMI lança “Presente”, trazendo
duetos e trechos de entrevistas gravadas em áudio.
Em 2006 surge o CD/DVD “Uma
Celebração”, gravado pelo canal de TV Multishow, em parceria com a EMI, com
músicas interpretadas ao vivo por vários artistas. Em 2008 sai o CD “O Trovador
Solitário”, com gravações caseiras de Renato em 1982. E em 2010, ao celebrar os
50 anos que Renato Russo faria, a EMI lança o álbum “Duetos”, montado com
gravações de Russo e participações póstumas de vários artistas.
O ecletismo é uma das marcas das
obras de Renato, que foi gravado por artistas diferentes entre si - como a
banda punk argentina Attaque 77 e o cantor romântico brasileiro Nelson
Gonçalves. Também teve canções registradas nas vozes de Simone, Ricky Martin,
Jerry Adriani, Cássia Eller e Zélia Duncan, entre outros. Já Leila Pinheiro
homenageou Renato com o álbum "Meu Segredo Mais Sincero". Em parceria
com a amiga Marisa Monte, compôs "Soul Parsifal".
Renato Russo é um clássico eterno
de nossa cultura. Ele não foi simplesmente autor ou intérprete. Permanece como
um ídolo de milhões de pessoas que, até hoje, mesmo depois de passados 18 anos
de sua morte, admiram e divulgam suas ideias, letras, músicas e imagem. Sua
obra reúne o lirismo da MPB com a energia do movimento Punk Rock dos anos 80.
As letras poéticas são rebuscadas e têm grande apelo popular.
Se estivesse vivo, completaria 54
anos dia 27 de março de 2014.
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